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_O salário é só o começo: recompensar também é preservar!

27.06.25

No dia 10 de junho de 2025, realizamos o ´Recompensar: Desafios da Remuneração, evento promovido pela Resolution em correalização com a ABRH-RS, onde reunimos mais de 200 pessoas no Instituto Caldeira em Porto Alegre/RS.

Um dos painéis foi o “Performance, Recompensas e Saúde Mental”, mediado pela Resolution que contou com a participação da Daniele Cassol, Elisa Zingano e Michelle Taube. O encontro teve como ponto central uma provocação urgente: como equilibrar cultura de resultados com bem-estar emocional em um cenário de esgotamento coletivo?

A pandemia foi o estopim. Escancarou desigualdades, dissolveu fronteiras entre vida pessoal e profissional e colocou a saúde mental no centro da gestão de pessoas — não mais como pauta assistencial, mas como um indicador de risco e sustentabilidade de negócio.

A partir dessa inflexão, não é mais possível pensar em performance sem considerar o impacto emocional das metas, nem desenhar recompensas que ignorem o custo humano da entrega. E aqui surge uma premissa fundamental: o salário é a parte mais cara da remuneração — mas não necessariamente a mais valiosa.

Dados discutidos no painel revelam que o Brasil lidera os índices globais de ansiedade, com mais de 473 mil afastamentos por transtornos mentais. A Geração Z é a mais vulnerável: insegura, desiludida e frequentemente em “quiet quitting”, onde o corpo permanece, mas a alma já foi embora.

Entre os principais fatores de adoecimento estão:

• Remuneração percebida como injusta ou desconectada da realidade.
• Pressão desmedida por metas, sem consideração pelas condições individuais.
• Falta de apoio social e ausência de um ambiente psicológico seguro.
• Lideranças despreparadas para lidar com sofrimento emocional no trabalho.

A recompensa é um vetor poderoso de cultura. Quando mal calibrada, legitima ambientes tóxicos: premia quem entrega a qualquer custo, valoriza o esforço visível em detrimento da colaboração silenciosa, ignora sinais de esgotamento como se fossem fraquezas individuais.

O modelo da “meta acima de tudo” pode até gerar ganhos no curto prazo, mas compromete a longevidade das relações de trabalho — e, consequentemente, os resultados sustentáveis. Empresas que não revisam seus sistemas de incentivos sob a
lente da saúde emocional estão gerando passivos invisíveis.

Recompensar deve ser também preservar.

É urgente evoluirmos de uma lógica puramente transacional para uma abordagem sistêmica de recompensas. Isso envolve:

• Reconhecer o salário emocional — fatores como pertencimento, segurança psicológica, aprendizado e propósito têm o mesmo peso que o valor líquido no holerite.
• Considerar a saúde mental nos sistemas de metas e incentivos — não como bônus de bem-estar, mas como parte das métricas de sucesso organizacional.
• Desenvolver líderes com letramento emocional — capazes de acolher, proteger e dialogar sobre sofrimento sem tabu.
• Tratar colaboradores como ativos de valor — e não como peças substituíveis no tabuleiro da produtividade.

Tal como os pilares ambiental e de governança, o “E” do ESG também pode ser mental. O bem-estar não é só um benefício: é uma condição de sustentabilidade. E mais do que cuidar do indivíduo, é preciso reconfigurar as estruturas que o adoecem — metas, lideranças, políticas e culturas organizacionais.

Como dissemos no painel, recompensar deve ser também preservar. Ou, parafraseando uma das falas marcantes: “remuneração não pode ser apenas um instrumento de cobrança — precisa ser também um pacto de cuidado.”

E você? Como sua empresa tem equilibrado reconhecimento e saúde mental? Seus sistemas de recompensa promovem saúde ou silenciam sofrimentos?

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